8 de julho de 2008

Maternidade

Ser mãe, o sonho de toda mulher!

Quantas vezes já ouvimos essa frase? E tenho que admitir que se pensarmos estatisticamente ela pode ser considerada bem verdadeira, já que realmente atinge a grande maioria das mulheres. Mas e as exceções? É exatamente sobre elas que vou falar.

Todo mundo vive falando de preconceito. Que os negros são as maiores vítimas de preconceito, que os gays são as maiores vítimas de preconceito. Um ateu que eu conheço (que na minha opinião não é ateu coisa nenhuma, e eu já falei isso pra ele) diz que o maior preconceito que existe é contra os ateus. Tudo balela!!! O maior preconceito que existe é em relação a uma mulher que diz que não gostaria de ser mãe.

Eu sou uma delas. E percebo a cara que as pessoas me olham quando eu digo isso, que não pretendo ser mãe.

Quando falo a esse respeito me olham como se eu fosse um monstro, uma pessoa malvada e ruim, desumana e insensível, aquela que detesta criança. E posso afirmar com absoluta certeza e com todas as letras que não sou nada disso.

Adoro crianças! Tenho um monte de sobrinhos de diversas idades, de bebê a adulto, e me divirto demais com todos eles, morro de saudades, adoro a companhia deles, brinco, cuido, faço carinho, cafuné, massagem, milhões de beijos, dou minhas coisas pra fuçarem, dou atenção e amor, ensino coisas, assisto desenho junto, tudo o que temos direito, e amo muito tudo isso! Com certeza não é por não gostar de crianças que não quero ser mãe.

Insensível? Quem me conhece de verdade sabe exatamente como eu sou. Posso às vezes ser casca grossa, principalmente quando estou irritada, mas isso acontece exatamente por ser sensível demais a todo tipo de emoção. Tenho um lado emocional muito intenso, todos os meus sentimentos estão sempre à flor da pele, sejam de amor, de raiva, de paixão, de tristeza, de dó, de alegria, de carinho e de amizade, é tudo sempre intenso e para mim é realmente difícil disfarçar qual o sentimento está me dominando no momento, tanto que todo mundo percebe só de olhar no meu rosto. Portanto, não é por ser insensível que não quero ser mãe.

Vou explicar meus porquês, e são apenas dois os motivos pelos quais não tenho intenção de ser mãe.

Em primeiro lugar porque acredito que assim como qualquer outra coisa que se queira fazer bem feita na vida, é necessária a vocação para tal. E eu sinceramente acredito que não tenho. Como tia acho que consigo cumprir bem a função, mas tia é como uma mãe que tirou férias, é diferente. Sou muito atrapalhada, estabanada e dorminhoca, três adjetivos que em nada combinam com a arte de ser mãe (sim, pois na minha opinião é uma arte, e precisa ter muito talento para desempenhá-la bem). Dizem que depois que você tem filho esses adjetivos desaparecem, mas prefiro não arriscar ser uma péssima mãe para uma inocente criancinha a tentar provar que a teoria funciona na prática, usando o meu bebê como cobaia...

Em segundo lugar porque acho que o mundo tá indo de mal a pior, muita maldade e muita mentira, chegando quase no ponto de "proibido para menores", se é que me entendem...

São dois simples motivos que tenho na minha consciência para não querer ter filhos. Pouco me importa se concordam ou não com os meus porquês, mas eu ficaria satisfeita apenas pelo fato de não ser julgada mal pela minha opção, isso honestamente não faz de mim mais ou menos mulher, nem uma mulher melhor ou pior.

Mesmo porque o que realmente importa é que admiro muito todas as mulheres que se dedicam a ser mães: é o ato de amor e de doação mais lindo que existe, a gestação é definida como algo maravilhoso e gratificante (pergunte a qualquer mulher que é mãe que ela responderá isso) e é imprescindível que continuem existindo essas maravilhosas mulheres heroínas com vocação materna para gerarem e criarem seres humanos inteligentes, talentosos e magníficos que saibam coexistir em paz e amor uns com os outros, respeitando os animais e a Natureza para, quem sabe, termos um futuro melhor para as pessoas e para o planeta.

Mas e se eu for uma dessas maravilhosas mulheres heroínas com vocação materna e estou achando que não sou?

Só Deus sabe isso. E se esse for o meu destino algum dia eu mudo de idéia...

Quero dedicar esse post às queridas amigas Karina (a mais nova supermãe), Cris Tomi e Tita Márcia (as futuras supermães). Adoro vocês, parabéns pelos bebês!!!

Música do dia: O meu guri (Chico Buarque). Retrata bem o amor cego e incondicional de uma mãe pelo seu rebento...

10 comentários:

Augusto Araújo disse...

"O poeta é um fingidor que finge sentir a dor que deveras sente."

Vc quer ser mãe, só não quer confessar pra não aparentar "fissura" ou desejo demasiado e mais tarde se decepcionar caso não aconteça do modo que vc deseja. Q é o modo q todas mulheres querem, ou seja, com um homem responsável, zeloso e amado. Normal.

Milene Reis disse...

Augusto
Você está errado. Eu REALMENTE não quero ser mãe, quem me conhece e convive comigo sabe dessa minha convicção que não é de hoje. Eu nunca quis ser mãe, nem mesmo durante meus relacionamentos estáveis com homens responsáveis, zelosos e amados.
E o seu comentário só provou o meu argumento sobre o preconceito contra a mulher que afirma que não quer ser mãe: ninguém consegue aceitar que ela existe, e que apesar disso ela pode ser uma pessoa boa e normal.
Abs

Augusto Araújo disse...

tá bom, mudei a opinião, vc nao deve mesmo querer ser mãe, pelo menos por enquanto

e nao tenho preconceito, ahn, vou pensar no assunto, (em ser preconceito ou o q )

ps: acredito q tenham mulheres assim mesmo,uma q eu namorei falava isso, na verdade falava q nao se via na situacao de mae, tamanha sua atribulaçao profissional, mas eh dificil

Sayuri disse...

Poxa, Milene, jura que não quer ser mãe?
Meu sonho é ter QUATRO filhos. Eu me imagino em casa, lavando louça e esperando meu marido lindo chegar do trabalho, enquanto meus guris estão fazendo lição de casa na mesa da cozinha.
Tá, você pode me chamar de louca, de estranha ou qualquer coisa do gênero. Mas é meu sonho *-*
Espero um dia poder realizá-lo.
OOu Augusto, tem um post da Milene dedicado a você. O dos Chatos.

Milene Reis disse...

Sayuri
Muito pelo contrário, não te acho louca ou estranha, admiro demais essa sua vocação e desejo de ter 4 filhos, bem como admiro todas as mulheres que decidem ser mães, como já falei no post. O fato de eu não querer ser não quer dizer que eu ache doida quem quer ser. Acho que cada um tem o direito de ter a sua opinião, sem nenhum preconceito... E se é realmente o seu sonho espero que você consiga realizá-lo! :)
Abs

Augusto Araújo disse...

Sayuri: ??????

Vc me acha feio e chato?

Viu minhas fotos no Orkut?

E me acha chato só pq a princípio nao achei q a Milene estivesse falando a real?

Uma me chamou de preconceituoso, outra de chato. Tô mal na foto.

:/

Milene Reis disse...

Não é pra brigar, galera... rsrs
E Augusto, não leve a mal o fato de eu ter falado que você tem preconceito contra a mulher que não quer ter filhos. Como eu havia dito no post, isso é uma coisa bem mais comum do que se imagina. E ninguém é má pessoa por achar isso também, só acho que poderiam respeitar mais as opiniões alheias sem julgar tanto, só isso. Não te levei a mal não...
Abs

Augusto Araújo disse...

ok Milene, só não sei se a palavra "preconceito" é a correta, mas tudo bem

viu, como vc é vocalista de banda de rock, gostaria q desse uma passada no meu blog e lesse o último texto, é da sua área, rs

abs

Anônimo disse...

rs... quando eu li este texto que você escreveu sobre maternidade não pude evitar de lembrar de algumas amigas minhas que exatamente como você tinham a mesma opinião a respeito da maternidade, e agora depois de algum tempo sentem-se como se pode dizer "com o relógio biológico batendo" ansiando pra ter um filho, não sei se este será também o seu caso...

Eu costumo viajar bastante à trabalho e muitas vezes sozinho e se tem algo que venho aprendendo nestes últimos tempos é a valorizar a família (por favor não vá pensar que acho que você não valorize a sua, muito pelo contrário) fico imaginando daqui a uns 20 anos quando não houver mais pai e nem mãe por perto e todos os irmãos estiverem casados e com seus filhos, como seria quando tivesse que voltar pra casa sem ter ninguém lá à espera...

Milene Reis disse...

Jandson
Eu não costumo cuspir pra cima afirmando que NUNCA TEREI FILHOS e de repente resolvo que quero como suas amigas fizeram. O que acontece é que se depender de mim eu não quero ter filhos, mas como eu mesma disse no final do post, só Deus sabe o que vai ser do futuro. Vai saber, pode ser que algum dia eu mude de idéia... rsrs
Obrigada pela colaboração!
Abs