21 de julho de 2008

Defeitos ou qualidades?

Tenho o hábito de filosofar a respeito das coisas da vida. E sempre antes de dormir ou quando estou de bobeira fico divagando sobre o amor, a morte, a fé, as pessoas, enfim, sobre qualquer coisa que possa ser pensada.
Até que um dia, num desses momentos de filosofia, me surgiu a seguinte questão: Qual é o limiar de uma qualidade para que ela seja considerada um defeito e vice-versa?

E refletindo sobre alguns defeitos e qualidades do comportamento humano, cheguei ao seguinte resultado:

Manter o respeito pode parecer frieza
Ter frieza nos faz manter a calma
Muita calma pode virar monotonia
A monotonia desenvolve a paciência
Muita paciência nos torna acomodados
O comodismo nos dá conforto
Conforto cria a preguiça
A preguiça nos dá o descanso
O descanso nos faz ter sonhos (bons ou maus):
Sonhos maus podem ensinar uma lição
Enquanto sonhos bons podem ser uma ilusão
A ilusão cria esperanças
Esperanças irreais podem ser ausência de razão
Da ausência da razão nascem as grandes paixões
Paixão provoca ciúme
Ciúme é um sinal de bem-querer
O bem-querer cria o sentimento de posse
Ter a posse gera o cuidado e a dedicação
Dedicação sem reciprocidade provoca a cobrança
Da cobrança surge o diálogo
Um diálogo pode virar uma discussão
Numa discussão, conhece-se melhor os outros
Conhecer os outros é encontrar defeitos
Identificar defeitos ajuda a melhorar a si mesmo
Melhorar a si mesmo causa em alguns a prepotência
Quem é prepotente tem amor próprio
Ter amor próprio exige respeito.


Assim, tanto em defeitos como em qualidades, vale sempre o que diz Dalai Lama: "O melhor caminho é sempre o do meio".

Música do dia: Hello, Goodbye (The Beatles). Antagonismo puro, só pra contrariar o poema...

4 comentários:

Augusto Araújo disse...

Este negócio de caminho do meio eu relaciono com equilíbrio,aí concordo, pois senão ele pode se tornar algo pernicioso

Tipo: entre ser honesto e desonesto, qual melhor caminho, seria do do meio?

O meio-honesto, que rouba só de vez em quando, quando acha q nao irá causar problemas?

Ora, o caminho do meio nesse caso é quase tão condenável quanto um dos caminhos extremos, q seria o "desonesto"

Nesse caso o melhor seria um dos caminhos extremos, o "honesto"

Sayuri disse...

eu concordo com o Augusto nesse ponto. Mas relacionado às abstrações contidas no poema, estar no meio-termo é sempre o ponderável.
Prepotência beira a carência e a falta total dela chega à submissão.
O meio termo entre elas seria uma pessoa equilibrada, que nem mande e nem obedece demais, mas aceita ou não ordens de acordo com aquilo que lhe convém. E assim por diante, com várias qualidades seus respectivos defeitos.


p.s.: Poema muito bom.

Milene Reis disse...

É pertinente o seu comentário, Augusto. No entanto se levarmos ao pé da letra você perceberá que esse extremo do 100% honesto é utopia (no sentido literal e global da palavra, não só no sentido de roubar ou não roubar). Ou vc acha que existe alguém que nunca contou uma mentirinha ou omitiu algum detalhe de algo apenas para preservar uma outra pessoa ou amenizar alguma situação incômoda? Na minha opinião também considero isso como desonestidade, no entanto é um mal necessário em alguns casos...
Abraços

Augusto Araújo disse...

é Milene

e acredito q o caminho do meio q vc mencionou no texto seja relacionado à equilíbrio

tipo uma pessoa q tem mania de limpeza a ponto de se tornar obssessiva, lavar as mãos toda hora, etc, tem um nome pra isso, acho q é transtorno obssessivo, sei lá

realmente dentro do q vc falou o ideal é possuir qualidades e ser equilibrado nelas

parece até fácil né, na real é q é diferente